
Jovem com Down surpreende família com gravidez rara
A jovem Maria Gabriela Andrade Demate, de 27 anos, da cidade de Socorro, tem síndrome de Down e está grávida de sete meses de uma menina.
A descoberta só foi feita há duas semanas, depois que ela sentiu a barriga mexer.
O pai da criança, Fábio de Moraes, de 27 anos, também possui um atraso mental em função de uma lesão cerebral que sofreu no primeiro mês de vida.
O casal namora há três anos. De acordo com o presidente do Comitê de Genética da Associação de Pediatria de São Paulo, Zan Mustacchi, o caso de Gabriela é raro, já que gravidez entre mulheres com síndrome de Down é, geralmente, conseqüência de abuso sexual. "Não conheço nenhuma história igual a deste casal.
Tive seis pacientes com Down grávidas e todas haviam sido vítimas de estupro", afirmou. Para o ultra-sonografista e especialista em medicina materno fetal Kléber Cursino, integrante da equipe que acompanha Gabriela, a gestação em mulheres com síndrome de Down é um fato recente, consequência da inclusão social e da convivência com outros pacientes portadores de alguma deficiência. "Essa gravidez é um exemplo de inclusão social.
As famílias são bem-estruturadas e apóiam o relacionamento do casal", disse.
A mãe da gestante, Laurinda Ferreira Andrade, de 51 anos, contou que a descoberta tardia deixou a família assustada e que, durante toda a gravidez, Gabriela praticou natação, equitação, ginástica e balé. "Ela sempre foi gordinha; só percebemos quando ela me falou que a barriga estava mexendo. Agora, ela pergunta como vai ser o parto e já escolheu o nome, Valentina.
São poucas histórias como essa, me sinto a escolhida", disse.
Segundo Cursino, mulheres com a síndrome têm seus órgãos reprodutivos bem formados, porém, a taxa de fertilidade é menor que em mulheres normais. Já os homens com Down têm a fertilidade comprometida. Ainda de acordo com Cursino, o risco de uma mulher com a síndrome gerar um feto normal é de 50%, 40% são afetados e 10% sofrem aborto.
"Provavelmente, os fetos comprometidos são abortados espontaneamente, por isso, é observado 60% de chance da criança ser normal", explicou. Com um diagnóstico pré-natal realizado por meio de um estudo das células fetais, é possível detectar com 90% de precisão se o bebê é saudável. O exame para saber se a filha de Gabriela tem síndrome de Down deve ficar pronto em uma semana. Laurinda lembrou que o preconceito, até mesmo da família de pessoas com a síndrome, impede que os portadores levem uma vida normal. "Pelo que sei, dificilmente, eles se relacionam como namorados. A história de Gabriela e do Fábio é muito bonita, eles se conheceram na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e se amam muito.
Tudo que faço é apoiar o relacionamento dos dois, até porque sei que eu vou cuidar da Valentina junto com eles", afirmou.
Fonte: www.cosmo.com.br - inserida em 17/02/08
Mariana Teodoro - Agência Anhangüera Gif retirado da internet
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